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Brasil e Mundo

Em ano de COP30, vozes da Amazônia ecoam por restauração e justiça climática em Belém

Lideranças e cientistas defendem restauração da floresta e ações urgentes contra a crise climática.

Pedro

Pedro

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A Amazônia foi o centro das atenções entre os dias 6 e 8 de junho, em Belém (PA), durante um encontro que reuniu vozes de diversos territórios da floresta e de outras regiões do mundo. Em ano de COP30, lideranças indígenas, cientistas, conservacionistas e ativistas reforçaram o alerta: preservar a Amazônia é preservar a vida no planeta.

Um dos momentos mais simbólicos foi a apresentação da cantora e jornalista indígena Djuena Tikuna, que emocionou o público com um canto de resistência e conexão espiritual com a floresta. A letra da música destacava que toda semente carrega o potencial de renovar o mundo, chamando todos à responsabilidade coletiva diante da crise ambiental.

Amazônia como resposta — e não como problema

Durante os debates, ficou evidente que a Amazônia não deve ser vista apenas como uma vítima da destruição ambiental, mas como parte essencial da resposta global à crise climática. A floresta abriga uma das maiores biodiversidades do mundo, regula o clima e é lar de centenas de povos originários que mantêm modos de vida sustentáveis há séculos.

Lideranças como Alessandra Munduruku e Adriano Karipuna denunciaram o avanço do desmatamento ilegal, os ataques aos territórios indígenas e a pressão de interesses econômicos sobre a floresta. “Sem floresta em pé, não há água, não há comida, não há futuro”, afirmou Adriano.

A urgência da regeneração ambiental também foi abordada por cientistas como Francielly Barbosa, que destacou o papel da Amazônia na estabilidade climática e na segurança hídrica de todo o continente. “Restaurar ecossistemas degradados, proteger territórios indígenas e cortar emissões são ações urgentes e complementares”, afirmou.

O evento contou ainda com a presença de ativistas internacionais como Cécile Ndjebet, de Camarões, e Bustar Maitar, da Indonésia, que compartilharam experiências de luta em outras florestas tropicais do planeta, reforçando a importância de alianças globais em defesa dos biomas.

Caminhos para a COP30: inclusão, escuta e soluções reais

Às vésperas da Conferência do Clima da ONU (COP30), que será realizada em novembro, em Belém, as falas e reflexões compartilhadas apontam para a necessidade de que a agenda climática não seja conduzida apenas por acordos diplomáticos, mas que inclua vozes dos territórios, proponha soluções baseadas na natureza e respeite os saberes tradicionais.

Uma das iniciativas anunciadas foi a TED Countdown House, espaço que funcionará paralelamente à COP30 para abrigar debates com lideranças indígenas, cientistas, investidores, artistas e ativistas, buscando gerar conexões reais e fomentar ações práticas diante da emergência climática.


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